LENDA URBANA: O LOBISOMEM DE EQUADOR


 

Esta é uma das lendas urbanas mais antigas da nossa cidade, passada de geração em geração, envolvendo mistério, medo e curiosidade. Diferente dos lobisomens das histórias mundo afora, o nosso tinha características peculiares que o tornavam ainda mais assustador. Ele não era pálido como se imagina em muitos contos, mas tinha olhos vermelhos como brasas acesas e um passado envolto em mistério. Ninguém sabia ao certo quem eram seus pais biológicos, apenas que, ainda recém-nascido, foi encontrado abandonado dentro de uma caixa de sapatos e adotado por uma família da região.

Com o passar dos anos, os rumores sobre sua origem começaram a se misturar com o sobrenatural. Diziam que, em noites de lua cheia, ao chegar à encruzilhada, aquele homem solitário se transformava em uma criatura horripilante, metade homem, metade fera. Como a cidade sempre foi muito fria, principalmente após a meia-noite, a névoa densa que cobria as ruas ajudava a criar um cenário ainda mais assustador. Na escuridão, era possível ouvir seus uivos angustiantes, ecoando pelos becos e assustando quem ousasse caminhar tarde da noite.

Os moradores afirmavam que seu grito aterrorizante podia ser ouvido em sete pontos específicos da cidade: o cemitério, o Juazeiro das Almas, a Igreja Matriz, a Capela, o Centro, o Cercado de Seu Dedé e o Alto da Bela Vista. Mas o mais assustador era o que acontecia antes de seu uivo: cães enlouqueciam, latindo desesperados, e, logo depois, um silêncio sepulcral tomava conta da cidade. Alguns diziam que ele tinha prazer em atormentar os cachorros, deixando-os aterrorizados antes de desaparecer na escuridão.

Agora me diga: duvido que você nunca ouviu falar dessa história! Eu conheci pessoalmente o homem que inspirou essa lenda… E não só isso: vendi muita cachaça para ele. E vocês? 

 

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